Para
os leitores aventureiros que desejam caminhar por verdejantes morros, voar por
florestas cobertas por tapetes de folhas secas ou nadar por labirintos
guardados por ninfas, convido a ler ‘Sopro de Inverno’, primeiro
volume da série
Guardião da Luz.
Na
história conhecemos Gabriel Barlan, um jovem capaz de transitar pelos reinos da
luz e da escuridão. Como filho de um Anjo e um Homem, que escolheu viver nas
profundezas, Gabriel é protegido pelos Guardiões do influente e poderoso Anjo
Miguel Liem. Ele, porém, não sabe disso e se considera um garoto normal.
Entretanto, no dia do seu 17º ano de vida, uma bela e esguia garota, de longos cabelos negros, ornamentados por uma prateada e fina tiara, surge na fronteira do Vale dos Campos para guiá-lo em sua jornada à Cidade Sagrada. Antes de Gabriel, outros Mensageiros caminharam pela terra dos Homens. Alguns seguiram para a Luz, outros, se deixaram cegar pelo poder e se perderam na escuridão.
Empreendendo uma perigosa jornada através de terras desconhecidas, Gabriel precisará conhecer as leis que regem o mundo dos Homens, Anjos e Demônios para que a missão do qual foi destinado seja cumprida.
Entretanto, no dia do seu 17º ano de vida, uma bela e esguia garota, de longos cabelos negros, ornamentados por uma prateada e fina tiara, surge na fronteira do Vale dos Campos para guiá-lo em sua jornada à Cidade Sagrada. Antes de Gabriel, outros Mensageiros caminharam pela terra dos Homens. Alguns seguiram para a Luz, outros, se deixaram cegar pelo poder e se perderam na escuridão.
Empreendendo uma perigosa jornada através de terras desconhecidas, Gabriel precisará conhecer as leis que regem o mundo dos Homens, Anjos e Demônios para que a missão do qual foi destinado seja cumprida.
“...Parados
no meio da mata ficaram observando os movimentos da floresta. Gabriel sentiu o medo
tocá-lo, uma sensação apavorante que acelerou as batidas de seu coração. O
jovem das tranquilas planícies do Vale suava frio, enquanto desejava estar
longe, bem distante daquelas terras amaldiçoadas.
E os
minutos pareciam horas.
De
repente, pequenos vultos surgiram dos arbustos, tornando-se visíveis. Com um
misto de surpresa e medo, Gabriel viu os repugnantes seres de corpo peludo e
macilento, com orelhas pontudas e pequenos chifres no alto da cabeça,
caminharem ofegantes pela mata.
Suas
obscuras presenças enegreceram a floresta e banharam o ar com uma brisa quente
e um silêncio estarrecedor.
Logo,
o cheiro fétido, o odor nauseante de enxofre, encobriu o suave aroma da mata. Quente
como fogo, Gabriel sentiu a brisa tocar-lhe o rosto. Estava tão aterrorizado
que não conseguiu correr. Sentia as pernas bambas e as mãos frias. Uma sensação
pela qual nunca havia passado. E então ele se lembrou de seu sonho.
-
Não temas. Não deixe que a aparência do inimigo o intimide – disse Nithaela o
olhando fixamente. – Enquanto houver uma fresta de Luz, mesmo nestas terras,
estaremos seguros. Os Elementares são cegos à luz do dia. Que infelicidade a
nossa encontrá-los pelo caminho! – lamentou-se Nithaela.
Rastejando
próximas as imensas árvores, as negras figuras, que muito se assemelhavam a
humanoides, farejavam. Movimentavam-se com cautela e agilidade, tateando cada
árvore e planta com suas garras afiadas. Então foi quando tudo aconteceu. Tão
rápido que Gabriel não conseguiu acompanhar a sequência das cenas.
Um
Elementar mais próximo a eles deu um grande salto e avançou com rapidez na
direção deles. Neste momento, Gabriel sentiu os finos e compridos dedos de Nithaela
se enroscar em seu braço e com firmeza puxar o corpo dele para trás.
-
Ele o farejou – sussurrou Nithaela ao seu ouvido. – Precisamos correr e rápido.
Quando eu lhe disser corra, parta tão depressa quanto suas forças lhe permitirem.
Parta em direção ao Oeste e não olhe trás. Em nenhum momento olhe para trás,
você entendeu?
Nithaela
o olhava tão profundamente que intimidou Gabriel. A ternura em seu olhar a
havia deixado, cedendo lugar para olhos negros e frios. Sem questioná-la e com
apenas um meio sorriso, ele confirmou que a entendera.
E a
negra criatura que os havia farejado estava cada vez mais próxima. Ela podia
senti-los, mas cega caminhava sem direção pela mata. Nithaela e Gabriel
aguardavam.
Era
uma espera agonizante para ele. Se Nithaela também sentia o mesmo temor, não
deixava transparecer. Havia uma faísca de ansiedade no olhar da Guia, mas não
de insegurança. Era como se ela estivesse prevendo cada passo da criatura e,
pacientemente, aguardasse pelo momento certo para agir.
Enfim,
o temor se concretizou.
A
criatura levada pelo cheiro encontrou o local onde ambos estavam de pé e
virando na direção deles, caiu seus amendoados olhos sobre as duas figuras. Tão
rápido quanto ela foi Nithaela que tirou da bainha uma pequena faca e a lançou
em direção ao asqueroso ser. Sua pontaria certeira atingiu o coração do
Elementar que agonizante tombou.”