Caminho dos Contos, A Bela Adormecida


Olá! Hoje iniciamos nosso Projeto Caminho dos Contos. Espero que estejam tão animados quanto eu estou para trilhar por este antigo mundo que nos transportará através do tempo. Antes, quero que saibam que há mais de dez anos, como leitora, escritora e colecionadora de antigos livros de contos de fadas, me debruço nas histórias originais, transcritas e compiladas por contadores.

São histórias que desejo compartilhar com vocês. E se quiserem conversar comigo, opinarem ou desejarem saber algo a mais sobre elas, irei adorar bater um papo com vocês. Nosso espaço para isso será no Instagram - @mundodocinemaedasletras -, lugar onde postarei durante a semana, algumas curiosidades sobre os contos que conheceremos ao longo do ano.

Recadinhos dados, vamos começar! 

 

O conto ‘A Bela Adormecida’ remonta ao século XIV, mas a versão mais famosa é a do francês Charles Perrault publicada em 1697 sob o título de 'La belle au bois dormant'.

Era comum na época, os Contadores emendarem contos diferentes em uma mesma história, mesmo que as duas partes fossem incongruentes. Como acontece na versão de Perrault (em “Contos da Mamãe Gansa ou Histórias do Tempo Antigo”) que traz na primeira parte um belo e corajoso príncipe despertando com um beijo a princesa adormecida e casando-se com ela. E para surpresa e susto do leitor, Perrault continua seu conto revelando que a mãe do príncipe é descendente de uma ‘raça de ogros’, que o rei só a desposara por causa de sua grande fortuna e que a rainha adora comer criancinhas.

“(...) Depois que o rei morreu, o que aconteceu dois anos mais tarde, o príncipe passou ao comando, reconheceu publicamente seu casamento e, com grande pompa, foi buscar sua mulher, agora rainha, no castelo. Ela entrou cercada pelos dois filhos – Aurora e Dia (...).”

Em ‘La belle au bois dormant’ (“A Bela Adormecida no Bosque”), a sogra Ogra aproveita a ausência do filho, que parte para a guerra, para decidir devorar a princesa e as crianças.

“(...) -No jantar de amanhã, quero comer a pequena Aurora.

 - Ah! Madame – disse o mordomo.

- Eu já disse que quero – insistiu a rainha (e o fez num tom de ogra que tem vontade de comer carne fresca). – E é no molho Robert que eu quero comê-la (...).”

Entretanto, o bondoso mordomo se recusa a obedecer às ordens da rainha (que deseja também comer Dia e a Nora) e os substitui por animais. No fim, com o inesperado retorno do filho, enraivecida, a rainha se joga de cabeça no tonel que mandou encher de sapos, víboras, cobras e serpentes, terminando por ser devorada pelas criaturas.

“(...) O rei não deixou de sentir pena: afinal tratava-se de sua mãe, mas logo ele se consolou com sua bela mulher e seus filhos (...).”

Releituras no Cinema

 
O fascínio pela história da princesa amaldiçoada por um feitiço que a faz dormir por cem anos, ainda cativa crianças e adultos. 
 
O conto, disseminado em diversas culturas, chegou aos tempos atuais e gerou o longa-animado ‘A Bela Adormecida’ (Sleeping Beauty/1959), assim como, a versão live-action da história com ‘Malévola’ (Maleficent/2014) que trouxe Angelina Jolie como a Fada que amaldiçoa a Princesa, vivida por Ellen Fanning, no dia do seu batizado. 
 
Em outubro de 2019 chegaria ‘Malévola: Dona do Mal’ (Maleficent: Mistress of Evil/2019) que se inicia vários anos depois da Maldição da Princesa. Nesta nova história, veremos a complexa relação entre a fada de chifres e a futura rainha.