Por isso, comecei o mês de dezembro com uma obra que há muito tempo desejava reler. Drácula de Bram Stoker. Um romance que traz uma história de amor, dor, maldição e redenção.
Vamos conversar um pouco sobre a história ...
Fé e razão. Religiosidade e Ciência. Drácula é um guerreiro a serviço da Igreja Católica. Um homem de fé e honra que retorna a seu lar, após sua vitória, e descobre que perdeu a noiva por suicídio. Quando o clero a condena ao inferno pelo pecado de tirar a própria vida, Drácula vira às costas à Igreja e a Deus. Amaldiçoado a viver do sangue, ele passa a vagar pela escuridão. Em seu próprio inferno, ele se torna um ser cruel, maligno e solitário. Um homem atormentado.
Com base em passagens dos diários e cartas dos personagens atravessamos as sombrias e montanhosas terras dos Cárpatos e chegamos à prospera Londres de 1897. Cidade natal do orgulhoso Jonathan Harker, noivo da dedicada e sensível Mina Murray. A falta de fé que Jonathan demonstra no início da trama – “É curioso que um objeto que me acostumei a encarar desfavoravelmente e como um sinal de idolatria venha a significar ajuda num momento de dificuldade e de solidão.”– (capítulo 3) - sofrerá mudança após sua estada no Castelo do Conde Drácula.
Com o mal e a escuridão crescendo, mostrando seu poder, a fé em Deus torna-se a única aliada e companheira de todos. Até os mais resistentes a sua influência, como o Dr. Seward, Sr. Morris e Sr. Arthur sucumbem a sua força. Ao lado de seus pensamentos racionais e científicos, eles aceitam a existência do mal.
Mas todos lutam e procuram por um facho de luz na escuridão. Até o ser mais maligno deseja encontrar paz após caminhar vários séculos pela escuridão. Nas palavras de Mina: “... Enquanto eu viver, guardarei a alegria de saber que no instante da dissolução final havia no rosto do conde uma expressão de paz tal como nunca imaginei possível a ele.” (capítulo 27).
Uma boa semana para todos!
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