Apaixonada por clássicas histórias de terror, a autora inglesa Susan Hill escreveu na década de 80, uma de suas obras mais elogiadas pelos críticos e lida pelo público. Adaptada para o teatro, radionovela e televisão, ‘A Mulher de Preto’ ganhou às telas do cinema em 2012.
O livro que deu origem ao filme dirigido por James Watkins e estrelado por Daniel Radcliffe (Harry Potter) traz uma história arrepiante sobre um homem, que para exorcizar seu passado, relata através de manuscritos sua história.
Arthur era um jovem advogado da Inglaterra vitoriana de 23 anos, apaixonado pela vida, pela noiva Stella e por seu trabalho no escritório de advocacia do Sr. Bentley. Certa manhã, ele é encarregado pelo próprio Sr. Bentley a ir para Crythin Gifford, um pequeno condado em que uma antiga e falecida cliente chamada Sra. Alice Drablow deixou alguns documentos e uma grande casa. A Casa do Brejo da Enguia é um lugar inóspito, cercado por brejos e de acesso difícil pelas baixas e altas marés.
Logo, Arthur percebe que os habitantes do vilarejo preferem manter distância e não fazerem nenhum comentário sobre o lugar. Apesar da gentileza e hospitalidade de todos, Arthur desconfia que algo muito terrível aconteceu naquela propriedade.
No entanto, sendo jovem e curioso, ele decide fazer o trabalho para o qual foi designado: encontrar documentos importantes sobre a proprietária da casa e enviá-los para Londres. Mas sua visão a respeito da Casa e das histórias sobre a Sra. Drablow começam a mudar quando Arthur decide passar uma noite na sombria casa.
Narrado em primeira pessoa, o livro traz um texto corrido com poucos diálogos. Bem redigido e com passagens bem detalhadas, a autora consegue provocar arrepios no leitor. Assim como Arthur ficamos curiosos com a história da família da Sra. Drablow, mas assim como ele, também ansiosos para deixarmos a casa e retornarmos para a aconchegante e segura hospedaria.
Trecho do Livro
“A princípio, tudo pareceu muito calmo e silencioso, e me perguntei por que havia acordado. Então, com o coração na boca, percebi que Aranha estava de pé parada na porta. Todos os pelos de seu corpo estavam eriçados, as orelhas erguidas, o rabo ereto e o corpo inteiro tenso, como se estivesse pronta para atacar. E ela emitia um rosnado baixo no fundo da garganta. Sentei-me, paralisado na cama, consciente apenas da cadela e do arrepio em minha própria pele e do que pareceu, de repente, ser um tipo diferente de silêncio, ameaçador e aterrorizante. E então, de algum lugar nas profundezas da casa – mas não muito longe do quarto onde eu estava – escutei um barulho.”
(The Woman in Black – 2012 – Romance – 201 pág. - Tradução de Flávia Souto –Editora Galera Record)