Olá! Férias, praia e leitura. Vocês já leram a duologia “A inconveniente loja de conveniência”, do escritor e roteirista coreano Kim Ho-Yeon? Para quem leu e gostou de sua escrita, recomendo ler Meu Dom Quixote Coreano, lançamento da editora Bertrand Brasil.
Durante o III Simpósio de Literatura Coreana da USP, “A hora e a vez da literatura coreana”, que aconteceu nos dias 17 e 18 de junho, o autor conversou com o público sobre o seu processo de escrita e sua inspiração para escrever a história. Foi um bate-papo descontraído, em que Kim Ho-Yeon esbanjou simpatia e respondeu a várias perguntas.
Essa semana, recebi o livro da assessoria de imprensa da Bertrand Brasil e já comecei a leitura. A história se inicia em 2003, quando a Dom Quixote Vídeos — uma locadora situada no coração de Daejeon, na Coreia do Sul — era um refúgio para um grupo de adolescentes. Entre pilhas de fitas VHS, tteokbokki e risadas, Sol e seus amigos encontravam acolhimento em Dom, o excêntrico dono da loja. Dom ensinava a eles uma lição simples, mas poderosa: sempre seguir seus sonhos, por mais impossíveis que pareçam.
Quinze anos depois, Sol retorna a Daejeon, sentindo-se desnorteada após perder o emprego em Seul. Em busca de um novo propósito, ela decide criar um canal de viagens no YouTube. Mas o rumo do canal muda quando ela revisita o antigo prédio da Dom Quixote Vídeos — agora transformado em uma cafeteria. O espaço parece ter virado uma mera lembrança do passado. Dom desapareceu, mas o porão da loja, repleto de relíquias, ainda guarda vestígios daquela época.
Tocada pelas memórias da adolescência, Sol decide mergulhar de cabeça no mistério do sumiço de Dom. Conforme surgem pistas e relatos de pessoas que dizem tê-lo visto, a jornada à procura desse “Dom Quixote coreano” se transforma em uma aventura de descobertas e autoconhecimento. Passando por várias cidades, Sol encontra diversas pessoas marcadas por Dom, o que lança nova luz sobre o homem excêntrico que a inspirou na juventude.
Durante o encontro no Simpósio, Kim Ho-Yeon nos falou sobre a época das videolocadoras. “Talvez muitos de vocês nem saibam o que é uma videolocadora”, ele disse para a plateia. Mas eu sei, pois vivi naquela época, quando precisávamos ir em uma locadora para alugar um filme. Percorrer os corredores com suas prateleiras repletas de caixinhas de filmes, separados por gêneros. Levar as fitas para casa e sofrer tentando tirá-las do vídeo cassete, quando elas se enroscavam dentro do aparelho. Ainda consigo ouvir o barulho da fita sendo ‘mastigada’ dentro do vídeo, rs. E, confesso, que só esse pequeno detalhe do enredo, me deixou curiosa para ler a nova história do autor.