Quebrando o Encanto? Perdido em Marte

Perdido em Marte
De Andy Weir

(...) Vocês podem imaginar como fiquei decepcionado ao descobrir que o VAM tinha ido embora. Foi uma sequência ridícula de acontecimentos que quase me fez morrer e uma sequência ainda mais ridícula que me fez sobreviver. Todo mundo conseguiu, menos eu. (...)

O Caminho até a obra

Li ‘Perdido em Marte’ ao acaso. Estava procurando por um livro na biblioteca quando me disseram que eu me divertiria com aquela história. Matt Damon não estava na capa. Como eu me divertiria com um astronauta deixado por sua tripulação, sozinho, no solo de Marte? Este foi um dos motivos que me fizeram levar o livro para casa. E não é que eu me diverti muito! 

O astronauta Mark Watney é a décima sétima pessoa a pisar em Marte, mas a primeira pessoa a ser deixada viva no planeta vermelho. Na verdade, Mark deveria ter morrido em um terrível acidente depois que uma tempestade de areia abortou a missão Ares 3. Sem opção, seus companheiros de viagem deixam o planeta com a certeza de que perderam um amigo e tripulante. 

Mas disposto a viver, Mark consegue driblar a morte e traçar um plano para manter-se vivo. Em 4 anos, a Ares 4 trará uma nova tripulação. Mas a base fica na cratera de Schiaparelli, a 3.200 km de distância de Acidalia Planitia, onde está a Ares 3. Como então chegar lá.

Através dos Diários de Bordo, acompanhamos o dia a dia de Mark. Registrando sua rotina e seus mirabolantes planos para criar e modificar objetos, ele nos leva a viver ao seu lado nas vermelhas e silenciosas terras de Marte. Com suas habilidades de engenheiro e botânico, ele passa a lutar por sua sobrevivência a cada sol. Tentar comunicar-se com a Nasa, conseguir produzir algum alimento no árido solo do planeta e manter-se lúcido são as combinações essenciais para ele. Enquanto Mark aguarda um possível resgate, a Nasa procura pelo seu corpo usando imagens dos satélites que orbitam o planeta. É quando eles percebem que movimentos acontecem no acampamento. 

A precisão técnica do autor Andy Weir é impressionante e não se torna cansativa em nenhum momento. Tudo isso, graças ao carisma e ao bom humor do protagonista que possui uma visão positiva diante das adversidades que encontra dia após dia.

(...) Teddy girou a cadeira e olhou pela janela, em direção ao céu. A noite estava caindo. - Como deve ser? – perguntou. – Ele está perdido lá. Acha que está totalmente sozinho e que desistimos dele. Que tipo de efeito isso pode surtar no psicológico de um homem? – em seguida, virou-se de novo para Venkat. – Fico me perguntando o que ele está pensando neste instante.
Diário de Bordo: Sol 61
Por que o Aquaman consegue controlar baleias? Elas são mamíferos! Não faz sentido. (...)

Há momentos em que você se desespera junto com Mark, outros em que se vê dando boas risadas com ele. Mas em nenhum momento, você e ele se esquecem de que estão sozinhos em um deserto árido.