O nome do escritor dinamarquês Hans Christian
Andersen (1805 – 1875), tal como o de Charles Perrault ou dos Irmãos Grimm nos remetem
ao mundo dos contos de fadas. Das princesas, bruxas e dragões que povoam nossa
imaginação desde criança.
Escrito em 1837, A Pequena Sereia é uma de suas
obras mais conhecidas, sendo adaptada para o teatro e o cinema. A narração conta
a história de uma sereiazinha que vive num reino subaquático. Aventureira, intrépida,
curiosa e acima de tudo, fascinada pelo que está acima da superfície, ela entrega
à bruxa do mar seu bem mais precioso: sua voz. Como em muitas das histórias de
Andersen, nossa heroína sofre muitas provações e abdica de seus valores - da
companhia de sua família e de seu lar - para ficar ao lado do ‘amado’ príncipe.
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| Longa-animado dos estúdios Walt Disney |
Em carta as amigas Henriett Hanck e Ingermann,
Andersen diz que escrever a história da sereiazinha foi “o único dos meus
trabalhos que me comoveu, quando o escrevi”. Ao contrário do longa-animado dos
estúdios Walt Disney, a história da sereiazinha não traz um final feliz.
“(...) E a sereiazinha ergueu os braços claros para
o sol de Deus e, pela primeira vez, sentiu correm-lhe lágrimas. No navio, havia
outra vez alarido e vida, viu o príncipe com sua linda noiva, procurando por
ela. Olhavam triste para a espuma borbulhante, como se soubessem que se lançara
nas ondas. Invisível, beijou a testa da noiva, sorriu para ele e subiu com as
outras Filhas do Ar na nuvem cor-de-rosa que flutuava no céu (...).”
Autor de outras histórias tão comoventes como a da
sereiazinha - “O Patinho Feio”, “A Pequena Vendedora de Fósforos”, “A Princesa
e a Ervilha” e “A Roupa Nova do Imperador” -, Andersen escrevia no início de
sua carreira, contos baseados na tradição popular, especialmente aqueles que ele
ouvia durante a infância. Mas com o tempo, ele desenvolveu suas próprias histórias,
conquistando leitores e admiradores pelo mundo.

