Inspiração e reflexão pelas ensolaradas paisagens francesas
Minhas Férias com Patrick é uma deliciosa comédia que chega aos cinemas do país esta semana. Sucesso no Festival Varilux, o longa foi também selecionado para o Festival de Cannes 2020, onde concorreu em 8 categorias na premiação César, entre elas, a de Melhor Filme, Roteiro e Direção para a cineasta francesa Caroline Vignal e a de Melhor Atriz para Laure Calamy, que terminou ganhando o troféu.
Na história conhecemos Antoinette Lapouge (Laure Calamy), uma professora de ensino básico que aguarda ansiosamente o verão para passar uma semana romântica com seu amante, Vladmir (Benjamin Lavernhe), pai de uma de suas alunas. Mas quando ele cancela os planos para viajar com sua mulher e filha, ela não se dá por vencida e decide seguir ele e sua família até Cevenas, uma região montanhosa e turística no centro-sul da França.
Na pousada, Antoinette logo descobre que a caminhada de 98km de Chasseradès à Saint-Jean-du-Gard, durante 6 dias, não será muito fácil, além de solitária, já que sua única companhia será ao lado de um temperamental burrinho chamado Patrick, que ela aluga para servir de meio de transporte.
Simpática e bonita, Antoniette logo chama a atenção de outros caminhantes, assim que chega à pousada. Afinal, o que uma moça sem experiência em longas caminhadas está fazendo sozinha? Sem intenção, ela termina revelando ao grupo que veio se encontrar com o seu amante. E assim, Antoniette e sua história passarão a ser conhecidas pelos viajantes nas pousadas que ela irá pernoitar.
As bucólicas paisagens campestres de Chasseradès, Le Bleymard, Pont-de-Montvert, Florac, Cassagnas, Saint Étienne e Saint-Jean-du-Gard preenchem a tela de beleza e nos inspira a momentos de reflexão, pela qual Antoniette também passa quando revê suas escolhas e percebe o rumo que sua vida está seguindo. Sua falta de amor consigo mesma, suas decisões equivocadas, seus sonhos não concretizados. O que realmente ela deseja para si e porquê aceita aquela situação?
Inspirado no livro “Viagem com um burro pelas Cevenas”, do escocês Robert Louis Stevenson, publicado em 1879, o roteiro é assinado pela própria diretora, que adapta e atualiza a experiência do próprio romancista, que contou sobre sua viagem.
Em entrevista, a cineasta diz que a relação entre o burro e o autor é contada como se fosse uma comédia romântica. “Num primeiro momento, eles não se suportam, mas depois começam se conhecer melhor, e tornam-se inseparáveis. Esse é o ponto de partida do filme, o resto eu inventei”, disse ao site australiano SBS.
(Antoinette dans les Cévennes/2020/França – Direção e Roteiro de Caroline Vignal - Elenco: Laure Calamy, Benjamin Lavernhe, Olivia Côte – Comédia/ Aventura/97 min. – Califórnia Filmes).


