Quebrando o Encanto? O Doador de Memórias

O Doador de Memórias
De Lois Lowry

“(...) Nosso povo fez essa opção, a opção de ir para a Mesmice. Antes do meu tempo, antes do tempo anterior ao meu, muito tempo atrás. Desistimos das cores quando desistimos do sol e acabamos com as diferenças... Adquirimos controle sobre muitas coisas. Mas tivemos de abrir mão de outras (...)”
(Livro O Doador de Memórias – Capítulo 8)

Explorando novos caminhos

O diretor Phillip Noyce criou belas paisagens ao retratar as memórias que o Doador transmite ao Receptor. Lembranças do que já os fez reais, como o de velejar no mar, andar de treno, sentir a chuva tocar a pele. Assim como, a isolada casa do Doador perto da Orla, de onde Jonas pode ver a fronteira, a Orla Extrema do Limite da Memória.

Com imagens em preto e branco, em que as cores apenas surgem quando Jonas ultrapassa a Mesmice, a fotografia do filme é bela. As pessoas, a casas, os objetos, tudo é padronizado, uniformizado, descolorido e sem personalidade. Como todos os moradores treinados para seguir às regras da Comunidade. Uma Comunidade moderna, com uma tecnologia avançada mas desprovida de sentimentos e emoções.