Escrito em 1837, A Pequena Sereia é uma das obras mais conhecidas de Andersen e já foi adaptada para o teatro e o cinema. Na história conhecemos uma sereiazinha que vive num reino subaquático. Aventureira, intrépida, curiosa e acima de tudo, fascinada pelo que está acima da superfície, ela entrega à bruxa do mar seu bem mais precioso: sua voz. Como em muitas das histórias de Andersen, nossa heroína sofre muitas provações e abdica de seus valores - da companhia de sua família e de seu lar - para ficar ao lado do ‘amado’ príncipe.
Em carta as amigas Henriett Hanck e Ingermann, Andersen diz que escrever a história da sereiazinha foi “o único dos meus trabalhos que me comoveu, quando o escrevi”. Ao contrário do longa-animado dos estúdios Walt Disney, a história da sereiazinha não traz um final feliz.
“(...) E a sereiazinha ergueu os braços claros para o sol de Deus e, pela primeira vez, sentiu correm-lhe lágrimas. No navio, havia outra vez alarido e vida, viu o príncipe com sua linda noiva, procurando por ela. Olhavam triste para a espuma borbulhante, como se soubessem que se lançara nas ondas. Invisível, beijou a testa da noiva, sorriu para ele e subiu com as outras Filhas do Ar na nuvem cor-de-rosa que flutuava no céu (...).”
Autor de outras histórias tão comoventes como a da sereiazinha - “O Patinho Feio”, “A Pequena Vendedora de Fósforos”, “A Princesa e a Ervilha” e “A Roupa Nova do Imperador” -, Andersen escrevia no início de sua carreira, contos baseados na tradição popular, especialmente aqueles que ele ouvia durante a infância. Mas com o tempo, ele desenvolveu suas próprias histórias, conquistando leitores e admiradores pelo mundo.
.png)